- O exercício de 2014 foi um tanto difícil para as atividades agropecuárias, cujos produtores vêm sofrendo as agruras de três anos consecutivos de secas o que, agravou, sensivelmente, a escassez dos recursos hídricos, inclusive com a paralisação de algumas das mais essenciais atividades, haja vista a situação de alguns perímetros irrigados, como é o caso do Curu/Paraipaba. No entanto e, não obstante, os nossos pecuaristas mostrarem que o homem tem que mudar seus hábitos, no que concerne à produção e à reserva alimentar de seus rebanhos, no cotidiano de suas atividades no semiárido, trabalho este que iniciamos há três anos, cujos resultados já estamos colhendo, notadamente, no que respeita à bacia leiteira cearense terminamos o ano com um superávit na sua produção.
- À primeira vista pode deslumbrar-se um contraditório, já que o nosso meio rural sofre com as revezes dos efeitos da prolongada estiagem. Por outro lado favoreceu o setor, pois os produtores rurais investiram em tecnologias, com a implantação de sistema de produção de forragem, com o uso da irrigação, além de aquisição de bovinos de alta linhagem. O que ainda nos preocupa é a redução no preço do leite pago pelos laticínios, afirmando que há excesso do produto no mercado regional. Assim sendo, o ano terminou com duas realidades: uma de aumento da produção e a perspectiva de redução da sua aquisição, com o consequente aviltamento de seu preço a nível de produtor. Uma outra medida oportuna é a implantação da pastagem rotacionada, via sistema de irrigação, a elevação da produção e da produtividade de milho, de palma forrageira e das diversas variedades de capim, formando estoques de alimentos para suprir nos períodos de estiagens alongadas.
- Segundo informações da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará – Adece, esta vem prestar o seu apoio à implantação, em parceria com o setor privado, de uma indústria de leite em pó no interior do Estado, cujo tema já foi debatido pelos integrantes da Câmara Setorial de Produção de Leite, assunto que já levamos ao conhecimento do atual governador Camilo Sobreira de Santana.
- Outro dado alentador ao setor agropecuário, é que o Produto Interno Bruto – PIB do nosso Estado apresentou crescimento de 5,6%, como o melhor do trimestre, desde 2010, de 4,7% da economia cearense. A atividade agropecuária foi a que deslanchou um maior crescimento em termos percentuais, de 51,2%, apesar dos malgrados impactos negativos causados pela estiagem ao setor produtivo.
- É bom que se ressalte, também, a assinatura em novembro, na sede do BNB, de convênio, com a participação de representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa e do próprio Banco do Nordeste, envolvendo o Instituto CNA e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, destinado à execução das atividades de capacitação em gestão e tecnologias modernas de produção. Finalmente, foram promovidas vinte e quatro reuniões do Agropacto, com a abordagem dos mais diversos e importantes temas.
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2015/01/10/noticiasjornalopiniao,3374998/ano-dificil-porem-de-conquistas.shtml
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