sexta-feira, 31 de julho de 2015

Seca no Nordeste - Redução na Produção de Coco no Ceará, com destaque na Situação Crítica no Perímetro Irrigado Curu-Paraipaba


Seca no Nordeste prejudica produtores em áreas irrigadas. Produção de coco é reduzida em 40% no perímetro Curu-Paraipaba. Agricultores do Ceará buscam empréstimos para manter projetos de irrigação!.

DEFINIÇÃO SOBRE PERÍMETRO IRRIGADO
Perímetros irrigados são áreas com potencial hídrico, divididas entre produtores da região. Diante de cenários de estiagem e de reservatórios com capacidade reduzida, a prioridade de uso da água é o consumo humano.

PROBLEMAS QUE O NOSSO PERÍMETRO ENFRENTA
A produção de coco no perímetro irrigado Curu-Paraipaba, na região metropolitana de Fortaleza, está reduzida atualmente a 40% da área prevista. Em razão do baixo nível do Açude Pereira de Miranda, que levava água para a área, a atividade produtiva depende agora dos poços que alguns produtores conseguiram cavar para manter os coqueiros. Dos 815 produtores que fizeram planos para desenvolver projetos na região, apenas 300 conseguiram manter o cronograma inicialmente esquematizado. O produtor está muito desanimado. Não há produção. O perímetro está em decadência por falta de água, diz a presidente da Associação do Distrito de Irrigação Curu-Paraipaba, Socorro Barbosa. O Curu-Paraipaba é um dos quase 30 projetos irrigados, sob a supervisão do Departamento de Obras Contra as Secas (Dnocs), que sofrem as consequências da seca no Nordeste. De um total de 37 áreas produtivas distribuídas em seis estados, o órgão estima que 80% estão prejudicados pela falta de água para irrigação.

SEGUNDO LAUCIMAR LOIOLA (DIRETOR DE PRODUÇÃO DO DNOCS)
Apesar de Termos ainda alguns projetos com produção. É um malabarismo muito grande mantê-los porque, quando você para um projeto desses, gera desemprego, falta produto no mercado e os preços sobem - disse o diretor de Produção do Dnocs, Laucimar Loiola. O Dnocs tem procurado perfurar poços, mas nosso potencial não consegue atender a todos os que precisam e o volume de recursos financeiros, diante da situação econômica do país, não é grande, acrescentou. Uma solução que vem sendo estimulada pelo Ministério da Integração e estudada pelo Dnocs é a conversão dos sistemas de irrigação antigos em sistemas mais modernos, sustentáveis e eficientes, com menor consumo de água. O sistema usado no Curu-Paraipaba, por exemplo, já tem 40 anos. Gasta muita água. Estamos buscando modernizar esses sistemas para que, quando os reservatórios tiverem recarga, possamos usar a água de forma racional - afirmou. Loiola acrescentou que, quando um projeto é paralisado, há desestruturação dos produtores. No momento, a situação é muito perversa para quem vive disso - disse. Os prejuízos nos perímetros este ano ainda não foram contabilizados pelo Dnocs. No entanto, Loiola cita o desemprego como uma das conseqüências mais marcantes. Segundo o presidente da Associação do Distrito de Irrigação Curu-Paraipaba, os produtores passam por um problema adicional: a perda de mercado em estados onde vendiam a produção, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O diretor afirma que, no momento, não há muito a ser feito para minimizar os prejuízos decorrentes da falta de água. Solução adotada no perímetro irrigado Curu-Paraipaba foi a perfuração de poços. No entanto, ele explica que a vazão é baixa e a água tem pouca qualidade para a irrigação. Segundo Laucimar Loiola, no passado, a divisão das áreas dos perímetros irrigados era feita como uma espécie de reforma agrária, destinando os lotes para famílias de produtores. Atualmente, as áreas são licitadas. O diretor explica que os editais especificam se a ocupação dos lotes será por escritura (envolvendo o pagamento do valor integral do lote) ou por Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que funciona como uma espécie de financiamento, pago em parcelas. Conforme ele, os irrigantes com CDRUs são os que mais encontram dificuldades na hora de solicitar linhas de crédito pelo fato de alguns bancos não aceitarem esse título como garantia.

SOLUÇÃO VISTA PELO DNOCS
Agricultores do Ceará buscam empréstimos para manter projetos de irrigação: Uma das orientações dadas pelo Dnocs aos produtores de perímetros irrigados que são prejudicados pelos efeitos da seca é buscar linhas de crédito junto a bancos. Essa solução, no entanto, não tem sido efetiva para os produtores do perímetro irrigado Curu-Paraipaba, estado do Ceará, a 90 km da capital. A presidente da Associação do Distrito de Irrigação Curu-Paraipaba (ADICP), Socorro Barbosa, disse hoje que por não serem proprietários dos lotes, os irrigantes tem dificuldades para conseguir empréstimos. Além da demora na análise de crédito, o valor máximo disponibilizado é considerado pouco para a retomada da produção.

PROBLEMAS NA TOMADA DE DECISÕES
O Banco do Nordeste possui linhas de crédito específicas para produtores que atuam em perímetros irrigados. Os recursos são oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Em nota, o Ministério da Integração explica que, para contornar essa dificuldade, a Secretaria Nacional de Irrigação (Senir) vem se articulando com outros órgãos do governo federal para que os agentes financeiros aceitem as CDRUs como garantia real para os financiamentos. Os perímetros irrigados concentram hoje 7.897 produtores. Desses, 370 são empresários. Esses empresários, segundo o diretor do Dnocs, pagam uma taxa de compensação pelo investimento público.  Essa constatação, conforme o documento, somada à tendência recente de aumento da relação dívida/PIB, também motivará o acompanhamento, pelo tribunal, das providências que estão sendo tomadas para reverter esse quadro. A Agência Brasil fez contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda solicitando que o órgão comente o teor do documento. A assessoria informou que não tem posição sobre o relatório.

EM RESUMO
A produção de coco no perímetro irrigado Curu-Paraipaba está hoje reduzida a 40% da área prevista. Em razão do baixo nível do açude Pereira de Miranda, que levava água para a área, a atividade produtiva hoje depende dos poços que alguns produtores conseguiram cavar para manter seus coqueiros. Dos 815 produtores que fizeram planos para desenvolver projetos na região, apenas 300 conseguiram manter o cronograma inicialmente esquematizado. “O produtor está muito desanimado. Não há produção. O perímetro está em decadência por falta de água”, diz a presidente da Associação do Distrito de Irrigação Curu-Paraipaba, Socorro Barbosa. O Curu-Paraipaba é um dos quase 30 projetos irrigados, sob a supervisão do Departamento de Obras Contra as Secas (Dnocs), que sofrem as consequências da seca no Nordeste. De um total de 37 áreas produtivas distribuídas em seis estados, o órgão estima que 80% estão prejudicados pela falta de água para a irrigação. Perímetros irrigados são áreas com potencial hídrico, divididas entre produtores da região. Diante de cenários de estiagem e de reservatórios com capacidade reduzida, a prioridade do uso da água é dada para o consumo humano. “Temos ainda alguns projetos com produção. É um malabarismo muito grande mantê-los porque, quando você para um projeto desses, gera desemprego, falta produto no mercado, os preços sobem”, disse o diretor de produção do Dnocs, Laucimar Loiola.

Fontes:
http://jionline.fmatitude.com.br/index/?p=9481
http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=172731&Categoria=CONJUNTURA
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2015/07/29/agricultores-do-ceara-buscam-emprestimos-para-manter-projetos-de-irrigacao/
http://www.cearaagora.com.br/site/2015/07/seca-prejudica-produtores-em-areas-irrigadas-no-ceara/

Nenhum comentário:

Postar um comentário